Escola de Ciência da Informação da UFMG
 
Prof. Carlos Alberto Ávila Araújo

Usuários da Informação

 

O campo de estudos sobre os usuários da informação tem se desenvolvido historicamente a partir de uma série de pesquisas empíricas realizadas com diferentes grupos e em diferentes contextos. Ao longo dessa evolução, também diferentes correntes teóricas foram sendo criadas e se consolidando como tradições de estudo no campo.

Entre as principais correntes de estudo destacam-se:

a) Abordagem Positivista: sua origem remonta aos estudos de comunidades de usuários da informação realizados no âmbito da Universidade de Chicago, no início do século. Desde então, essa abordagem se desenvolveu principalmente em duas frentes: os estudos de uso da informação (que rapidamente se converteram em estudos de avaliação de sistemas de informação) e os estudos sobre o fluxo de informação (a partir de estudos sobre comunicação científica com comunidades de cientistas).

b) Abordagem Crítica: vinculada principalmente com uma concepção que pensa a informação como recurso de poder e todas as contradições advindas dessa concepção. Volta-se essencialmente para as dinâmicas sócio-culturais e articula o conhecimento sobre os usuários a estratégias de ação cultural.

c) Abordagem Cognitiva: surgida no final dos anos 1970, enfatiza os processos mentais realizados pelos usuários no contexto da formulação de suas necessidades e dos comportamentos de busca e uso da informação. Busca apreender modelos ou tipos ideais de comportamento informacional.

d) Abordagem Social: inscreve-se no que Capurro denomina "paradigma social" da CI. Utiliza-se de uma aproximação hermenêutica e fenomenológica junto aos usuários para identificar com as necessidades e as práticas informacionais são construídas socialmente. Daí advém a ideia de que os significados do que seja informação também são construídos nas dinâmicas das interações e com forte vínculo aos contextos sócio-culturais concretos em que tais interações acontecem.